Quem me conhece sabe que gosto de falar sobre o ano, quando ele se inicia, mesmo com todos os riscos que correm aqueles que sapecam uma eventual previsão. E aí que mora o perigo: não há um destino fixo, tudo é mutável, com várias probabilidades de futuro… Mas, como não sou vidente, caso este ano se revele diferente do que ousadamente escrevo, pelo menos não há o risco de me considerarem charlatão.
Antes de mais nada, uma ressalva importante: astrologicamente o ano se inicia em março, mais precisamente dia 20 de março. Mas isso não impede de sentirmos os efeitos de 2020, ainda mais com a combinação entre os anos, durante o primeiro semestre.
Um dado interessante neste ano é que não há acordo entre as linhas da umbanda e do candomblé, sobre qual (ou quais) Orixá rege o ano: Oxalá ou Xangô. Não vou tomar partido, não só porque é luta de gente grande, mas porque as duas possibilidades se complementam, deixando o cenário dessa análise do ano mais rico, com várias tonalidades.
Onde não há briga é sobre o regente na astrologia: o Sol. Um ano regido pelo Sol. É um ano de revelação. Acho que esta é uma chave importante. O brilho do sol estimula que você se expresse, é um ano de ser você mesmo, as coisas tendem neste sentido e quem tem o autoconhecimento saberá melhor se autoaceitar.
Revelação é deixar seu sol interno se manifestar. O cuidado é o excesso, o deslumbre da vaidade e da autoimportância. Irradiar, expressar é diferente do brilho artificial de quem quer tão somente aparecer.
Revelação também é vir à tona. Ou sai por bem ou sairá de forma mais trágica, pois em 2020 o emergir pode simplesmente ser como a explosão de um vulcão, que no primeiro momento destrói tudo a sua volta… A dica é não te apequenar, não tomar decisões que te deixam menos, que te desvalorizem como ser humano.
É meu amigo, 2020 é um ano do astro rei, ou seja, as coisas virão mesmo de cima para baixo. Sem muita negociação ou agiotagem. Por sinal, esquemas e situações erradas, que tiveram sucesso antinatural em 2019 (por meio fraudulento, uma mão esperta, como um suborno ou feitiçaria), a conta tende a chegar em 2020 e será cobrada.
Neste ponto ele é Xangô como o arquétipo da justiça cósmica, não a humana, que é falha.

A justiça cósmica é sábia, vê o que a gente desconhece e não alcança, a linha do entrelaçamento quântico, das vidas, das pessoas e das pequenas coisas. Ela é o discernimento do equilíbrio de energias, das forças.
Não é um ano de contar com uma água mole. Ele é a pedra dura. Ele é o Imperador. Juntando com a execução da Lei, o primeiro trimestre do ano, promete.
É o ano 2020, de batalhas jurídicas e de buscar a sabedoria no cotidiano e de subir a montanha.
É um ano de fogo, que dá vida à ação e por isto o cuidado do elemento Fogo, do querer e da intenção.
Então é um ano de atividades vulcânicas, intensas, inclusive no interior de algumas pessoas. O ano de 2020 será um ano intenso, de modificações, mudanças, de não deixar ninguém parado.
E aí é uma chave bem interessante: o Fogo. O Fogo é o agente transformador. Para alguém viver o bem viver de Oxalá é preciso estar purificado, ou seja, já ter passado pelo Fogo.
Passar pelo Fogo significa você ter a iniciativa de mudanças. Agir internamente através da autorreflexão e das práticas espirituais para estabelecer uma mudança pessoal. Aí o que irá queimar é o orgulho e a vaidade, o Ego. Agir externamente e definir para si um trabalho consciente e constante de práticas para sua qualidade de vida – aquelas complementares e integrativas. Aí queimarão toxinas, miasmas, larvas astrais e outras coisitas mais.
O Fogo passar por você significa você ser reativo ao ano. Significa você teimar em só querer aprender pela dor. Não fazer o que tem que fazer. Aí, é através da dor mesmo. E este ano será dolorido para quem não quer fazer o seu dever de casa.
A pureza, o branco de todas as cores de Oxalá é o resultado da fênix. Então a clareza na sua percepção de qual é a sua motivação interior fará muita diferença em 2020. As informações reveladas, que serão expostas, precisam ser curadas, e, neste ponto, o fogo pode ser o agente cicatrizador.
Então: uma ruptura brusca; o choque com a separação de um relacionamento de anos, que já deu o que tinha que dar; a perda de um ente querido que gerará um novo ciclo, um movimento familiar; a informação inesperada do desemprego que faz você seguir novos rumos; a ruína da Torre do orgulho e da arrogância; o saber olhar sua sombra com maturidade; e saber lidar com seus medos interiores, esta será a tônica de 2020.
Oxalá é o arquétipo da Fé, da fé em Ser, do renascer das cinzas e do reconhecimento e aceitação da criança interior.

Este é um ano bom para quem estiver purificado, porque receberá estímulos para alçar voos em escalas maiores, em direção ao espaço e além. Para quem não estiver nesta situação, sentirá a força da gravidade, como um imã, puxando para ladeira à baixo.
Então se há um aspecto na sua vida que não está bom, que precisa de ajuste, aproveite 2020 para utilizar esse cenário ao seu favor. Encare de frente e utilize o fogo voluntariamente para fazer o que tem que ser feito. Mude a programação. Aceite o que será quebrado quando ele quebrar. Aproveite quando isto acontecer para fazer os ajustes necessários… se desapegue dos velhos paradigmas, aceite o novo e abrace a criança dentro de você.
Álvaro de Matos
Muito bom! Acho que é de fato um ano decisivo para tudo! Para crescer e para despertar do que não nos serve mais! Parabéns pelo artigo!
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Excelente texto!!
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